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Mulheres Negras e o 20 de Novembro no Brasil

O 20 de Novembro é uma data emblemática para nós negras e negros, levando em conta seu significado político e histórico, ao dar destaque a uma população invisibilizada como a negra brasileira. Ao referenciar a essa data simbólica a AME dará destaque ao protagonismo das mulheres negras nessa construção. Lembrando que a população negra e as mulheres negras em específico, tiveram e têm um papel fundamental, por serem símbolos de resistências, numa sociedade racista, sexista, patriarcal e desigual.

Num contexto hierárquico onde os poderes são flagrantemente desiguais, pouco se fala do protagonismo de Mulheres Negras, pois a sociedade está organizada no masculino e branco. Tivemos mulheres como as intelectuais Lélia Gonzalez, Beatriz Nascimento, Luíza Bairros, que contribuíram para a construção de uma memória positiva, da população negra brasileira e das mulheres negras em específico.

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O amplo significado do 20 de Novembro para a população brasileira em geral

Personalidades como Antonieta de Barros e Carolina Maria de Jesus, que nos fez refletir o amplo significado do 20 de Novembro para a população brasileira em geral, e nas diversas áreas da sociedade, onde os saberes, significados e protagonismos, possuem uma centralidade por vezes ignorada por conta dos racismos que recaem a população negra brasileira.

Importante salientar, que a participação das Mulheres Negras para a instituição do 20 de Novembro, remonta ao Grupo Palmares do Rio Grande do Sul, nos anos 1970, grupo este, responsável por instituir a data do 20 de Novembro, na agenda dos Movimentos Negros do Brasil, formado exclusivamente por negros e negras.

Podemos destacar nos primórdios do Grupo Palmares, os nomes de Anita Leocádia Prestes Abad, Nara Helena Medeiros Soares, Helena Vitória dos Santos Machado, Antônia Mariza Carolino, Marli Carolino,  Marisa Souza da Silva – mulheres negras que contribuíram de maneira veemente, para a conscientização de um marco que passa a evidenciar o protagonismo da população negra brasileira, numa perspectiva antirracista, denunciando o existente mito da democracia racial, tão amplamente naturalizado em nossa historiografia e na construção de nossa identidade nacional.

De: RENATA MELO BARBOSA DO NASCIMENTO – Doutora em História – UnB, membra da Rede de Historiadxs Negrxs, Pesquisadora do  Núcleo de Estudos Afro-Brasileiros (NEAB) CEAM/UnB, GEPPHERG e Colaboradora da AME.

Autora do livro: Mulheres Negras em Rio, 40 Graus [1955]: Representações de Nelson Pereira dos Santos